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O presidente da Câmara de João Pessoa, vereador Dinho Dowsley (sem partido), apresentou um projeto de indicação para que a prefeitura promova a desapropriação do Hotel Tambaú, que é objeto de uma disputa judicial há anos.
A proposta quer que o município adquira a área e construa espaços coletivos de convivência, como aquários, área de recreação e um espaço cultural para visitas.
A ideia teve o apoio da maior parte dos vereadores que participavam da sessão, mas houve divergência.
"Não podemos continuar assistindo o abandono daquela área. O Poder Público pode muito bem transformá-la em um espaço que impulsione ainda mais o turismo", assinalou Dinho.
Os vereadores João Almeida (PDT) e Eliza Virgínia (PP) defenderam que o hotel continue com a iniciativa privada. Já Carlão pelo Bem (PL) disse que não iria subscrever a matéria, mas defendeu a necessidade do debate.
O Hotel Tambaú, um dos cartões-postais mais famosos da orla de João Pessoa, está fechado desde 2020. Devido a dívidas da Rede Tropical de Hotéis, antiga proprietária ligada à Varig, o hotel foi leiloado e hoje enfrenta uma disputa judicial que impede sua reabertura desde 2021.
Em fevereiro o ministro Celso Sabino, do Turismo, visitou o Tambaú. Ele se comprometeu a tentar destravar o ime para revitalizar a área.
Com uma arquitetura modernista assinada por Sérgio Bernardes, o hotel possui 173 apartamentos e foi referência em hospedagem de luxo por décadas.
Em 2021 a prefeitura chegou a publicar um decreto tornando a área de interesse público para desapropriação, mas a iniciativa nunca saiu do papel.
O grupo empresarial paraibano Ampar Hotelaria, que disputa o Hotel Tambaú na Justiça, rechaçou o projeto apresentado pelo vereador Dinho Dowsley.
A avaliação é de que a prefeitura de João Pessoa e a Câmara de Vereadores deveriam unir esforços para solucionar o ime judicial, que envolve empresários paraibanos que buscam investir na cidade.
“Todos sabemos que o Hotel está sob uma batalha judicial e o natural seria o município estar ao lado dos paraibanos, para que a situação seja resolvida e os investimentos possam ser feitos”, argumentou o advogado do grupo Ampar, Rinaldo Mouzalas.
Um outro questionamento é quanto ao viés ético da proposta. Um dos sócios da empresa é o advogado Rui Galdino, que também trabalha como advogado em uma ação do PDT que pede o afastamento do presidente Dinho do comando da Câmara.
A ação está sendo julgada junto ao STF e tem por base a proibição de três biênios consecutivos.
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